Bactéria para remoção de mercúrio ambiental


Atualmente sabemos que os danos ao meio ambiente são inúmeros. A poluição por resíduos/compostos químicos lançados nos ecossistemas e a destruição de cadeias alimentares, proporcionam, não apenas problemas para a natureza, com muitos dos recursos naturais se esgotando por conta de atos inconsequentes ao longo dos últimos séculos, mas problemas para a própria saúde humana. No entanto, se outrora poucos eram os que se importavam com os impactos ambientais, muito se tem discutido sobre o tema e várias pesquisas são realizadas nesse sentido.

Um dos métodos empregados na reparação de danos ambientais é a Biorremediação, que consiste na utilização de organismos vivos, tais como plantas e bactérias, para remover ou reduzir a concentração de poluentes de um ambiente degradado. Cada processo de Biorremediação é muito particular e deve ser adequado a cada ambiente afetado, levando em consideração as características químicas e físicas do ambiente e do poluente a ser degradado. E dentre os vários métodos possíveis a utilização de microrganismos geneticamente modificados têm se tornado uma alternativa muito útil para degradar diversos resíduos e substâncias tóxicas.

Um exemplo disso é o trabalho realizado por estudantes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que modificaram geneticamente a bactéria Escherichia coli, para que ela passasse a remover um metal pesado altamente tóxico para o meio ambiente e para os seres vivos, o mercúrio. A preocupação da pesquisa é justamente pelo fato do mercúrio, que está altamente concentrado na região amazônica (estima-se que há pelo menos 3000 toneladas), acumular-se no organismo de seres vivos de toda a cadeia alimentar. Peixes, por exemplo, alimento muito consumido na região (média de 30 Kg por pessoa ao ano), acumulam facilmente tal elemento químico. Por isso, a utilização de técnicas de biorremediação que revertam esse quadro tornam-se tão importantes. 

Com isso, vemos que a Biotecnologia, empregada em técnicas da agricultura, em diagnósticos e tratamentos de doenças, na produção de combustíveis (biodiesel), de energia, dentre outras inovações, é cada vez mais importante, envolvendo uma série de questões ambientais, econômicas, políticas, etc., que precisam ser debatidas, permitindo a participação da população nas tomadas de decisões frente as novas tecnologias. Nesse sentido, os Organismos Geneticamente Modificados, que são toda entidade biológica cujo o material genético foi alterado de alguma forma, são cada vez mais utilizados em pesquisas como esta, o que vêm a demonstrar a potencialidade das técnicas de Biologia Molecular no século XXI.

E este não é o primeiro prêmio que estes jovens amazonenses ganham em competições internacionais. Em 2013, a equipe ganhou medalha de bronze, na mesma Competição Internacional de Máquinas Geneticamente Modificadas, em que vão apresentar neste ano o projeto de biorremediação citado. Na ocasião de 2013, foi apresentado um projeto que transformava gordura residual em eletricidade, utilizando bactérias. Realmente trata-se de uma equipe brilhante, mas que, como várias outras pesquisas nacionais, não recebe o devido apoio financeiro. Por isso eles pedem doações para custear a apresentação do projeto no evento que ocorrerá em Boston (EUA). Caso você queira ajudar, pode ler mais sobre o projeto clicando aqui.
  

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