As voltas sucessivas da hélice estão assinaladas por setas vermelhas. |
A dupla hélice do DNA tornou-se um ícone da ciência do século XX, mas só agora foi possível vê-la mesmo como ela é.
Há muito que as imagens da dupla hélice do DNA fazem parte do nosso quotidiano. Mas os pormenores da molécula que contêm os genes só eram visualizáveis através de fotografias feitas por raios X, críticas para os leigos. Agora, quase 60 anos após a descoberta da icônica estrutura, uma equipe italiana oferece-nos a primeira visualização da dupla hélice tal como ela é.
A fotografia que ilustra este texto, obtida por microscopia eletrônica por Enzo di Fabrizio, do Instituto Italiano de Tecnologia, e colegas, acaba de ser revelada num artigo na revista Nano Letters.
Como explica a revista Nature da última quinta-feira, os cientistas espalharam gotículas que continham o DNA de um vírus que infecta as bactérias na superfície de pequenas “pastilhas” de silício. As pastilhas tinham sido previamente “gravadas”, de forma a ficarem pegadas de micrométricos buracos e de “pilares” cilíndricos.
Quando as gotas secaram, as fibras de DNA ficaram bem esticadas entre os diversos “pilares” e suspensas por cima dos buracos. E os cientistas puderam então fotografar o DNA espreitando com um microscópio eletrônico através dos buracos do silício.
Ainda não é uma imagem da dupla hélice no seu meio natural, fisiológico, uma vez que o DNA adota uma forma algo diferente ao ser desidratado. Mas é a primeira vez que se consegue ver as voltas que a molécula dá, à maneira de uma escada de cordas enrolada sobre si própria.
Os cientistas puderam também medir com precisão a distância entre voltas consecutivas da hélice (assinaladas pelas setas vermelhas na fotografia): 2,7 milionésimos de metro, que se sabe corresponder à dita configuração “seca” do DNA.
Fonte: http://forum.netxplica.com/viewtopic.php?t=18193
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